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domingo, maio 29, 2011

Tarde cultural em Porto Alegre

"Você, que ama Quintana, tem que conhecer a Casa de Cultura!"
E fomos eu, Cloé e Rosa, à Rua da Praia (que não tem praia), rumo ao hotel onde morava o poeta e que hoje abriga a casa de cultura com seu nome.Indescritível a sensação de olhar o Quarto do Poeta. Outra coisa bem boa foi o Acervo Elis Regina. Terminar o passeio com um moccacino e uma torta de chocolate, aff! Delícia pura.




No caminho até lá, gratas surpresas: a descoberta do projeto em que poetas anônimos emprestam suas palavras para iluminar momentos do dia dos usuários do transporte coletivo em Porto Alegre. Um mímico, destes que ficam nos centros das grandes cidades encantando uma menininha numa esquina da Rua da Praia. O Centro Cultural Érico Veríssimo, com uma exposição muito interessante de espaços antigos.


"Cloé, quero muito voltar ao Mercado Municipal. Uma vez comi ali uma salada de frutas deliciosa!"

No caminho, parada no Museu de Artes do Rio Grande do Sul, onde pude apreciar de pertinho um Portinari e um Di Cavalcanti originais, além de outras obras fantásticas. Logo à frente, O Memorial do Rio Grande do Sul - onde fomos muito bem atendidas, e ao ladinho, o Santander Cultural, onde curtimos uma apresentação deliciosa do repertório do Pixinguinha.
Voltar pra casa depois disso tudo foi leve, leve.

sábado, maio 28, 2011

Metáforas


"Lu, cheguei à seguinte conclusão: ter filho é como aprender a ler, não tem retorno. Você bate o olho num outdoor, numa faixa, numa propaganda, não tem jeito: automaticamente decodifica o que está escrito, e pronto."

* * * * *
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Cloé é sempre uma lição a aprender.

quarta-feira, maio 25, 2011

Tal & Qual



"Eu sou meio mutante mesmo, mas antes eu me sentia um pouco perdida. Aquilo que eu estava fazendo não combinava com o tipo de música que eu estava querendo cantar. Aquele negócio de você ver o capim crescer na sua casa sem tomar providência nenhuma. Um dia você se dá conta e o capim já virou mato e aí você sente que está emaranhada nele. Então tem que cortar o mato. É difícil mas é bom porque você se deu conta, entende?"


"Aprendi que a vida é feita de dois lados. Você precisa conhecer o lado torto para conhecer o lado bonito. Então, nesse sentido, todas as experiências pelas quais nós passamos são absolutamente válidas."

Elis Regina

segunda-feira, maio 23, 2011

"O que você escreve?"

"Ah, hoje já não escrevo quase nada. Mas gostava muito de crônicas, contos, poemas."
"E porque você escreve?"
"Não sei"
"Como assim, não sabe? Quem faz algo tem que saber porque... ainda mais algo assim, tão... sei lá."
"Não, eu não sei. É algo maior do que eu. Por vezes passo dias, semanas, até meses sem escrever. Nem mesmo uma linha. De repente as palavras irrompem em forma de verso, de prosa, de reticências até. Vem aos borbotões, sem controle sequer de qualidade. Escrevo porque preciso, eis aí sua resposta. Escrevo porque preciso."
.
Houve um tempo em que acreditava escrever por ter muito o que dizer, e que todas as idéias que me afluiam eram originais, como originais acreditava as palavras que tinha pra falar. Hoje, depois de ler e reler tanto (e tão pouco ainda), por vezes penso que tudo já foi dito. Amiúde reconheço em outras palavras meus sentimentos, meus anseios, meus medos. Com muito menor frequência reconheço em insights geniais de outrem uma fagulha de meus pensamentos.
Ainda sentindo que tudo o que havia por dizer já foi dito, permaneço. Persisto, insisto e resisto a me calar - porque o eu mais escondido é mais forte que este que apresento às pessoas. E não tem vergonha, não tem medo, não tem medidas.

terça-feira, maio 10, 2011

Você já pensou em ficar um ano sem comprar nada?


Tudo bem, muito radical.
E sem comprar roupas, sapatos, acessórios?
Tá, tá certo. Ainda é radical.
Um ano sem comprar apenas roupas?
Muito, também? Oquei.
Quem sabe um dia? Um diazinho apenas sem comprar NADA, absolutamente nada?

*_*
Pois é, existe um movimento iniciado nos Estados Unidos há pouco mais de dez anos, que já chegou à Europa, e prega um dia sem compras –  para combater os efeitos da publicidade ao consumo, exarcebado e desnecessário. A princípio foi como uma voz solitária se erguendo em favor do planeta (sim, o consumo exagerado afeta o planeta, a sustentabilidade e o nosso futuro), à qual foram se juntando outras.
Aqui no Brasil, procurando no Google, encontramos alguns exemplos:
a Joanna, a Nadja, a Marina e a Evelyn se propuseram a passar um ano sem consumir algumas coisas. Seja em prol da sustentabilidade do planeta ou do próprio bolso, são iniciativas interessantes a favor da redução do consumo desenfreado – e um exercício importante sobre autocontrole. Torcemos para que elas consigam seus propósitos!

*_*

Esta blogueira que vos escreve juntou-se ao coro acima, registrando a intenção de um "ano sabático" no consumismo. É isso aí, tenho um novo diário, onde pretendo registrar dia a dia meu progresso e metas atingidas. Sei que virão crises de abstinência (tá, eu assumo, sou consumista sim, e daí??? Tô tentando melhorar, não tô???), sei que virão momentos em que abrirei meu guardarroupa e ficarei lá, com cara de besta, olhando e pensando que não tenho roupa para a ocasião. Sei que terei crises desesperadoras quando estiver há uns três meses sem comprar sapatos e revistas. Deus do céu, não pensei direito quando impulsivamente tomei esta atitude, mas agora... ah, agora sou obrigada a manter minha palavra, honrar minhas intenções. Sim, eu posso. Sei que consigo.
Um ano sem compras supérfluas, sem roupas, sem sapatos, sem acessórios, sem revistas, sem coisinhas de casa. Talvez eu me torne uma pessoa melhor com isto, talvez não sobreviva à experiência.

*_*

Vocês estão convidados a acompanhar, torcer, opinar. Todo apoio nesta empreitada é muito mais que bem vindo!

sábado, maio 07, 2011

Mãe

- " A nossa mãe é linda!"
- "A minha é mais!"
- "A nossa mãe é independente, trabalha fora."
- "A minha também!"
- "A nossa mãe fez faculdade!"
- "..."



Ok. A memória me trai, e o diálogo pode não ter ocorrido ipsis literis como transcrevi. As duas irmãs brincavam com amiguinhas, e através da janela eu ouvia a conversa. Claro, achando o máximo que não pararam de buscar, dentre as coisas que enxergavam em mim, aquela em que ninguém me sobrepujasse aos seus olhos.
Dentre tantas lembranças, a que escolhi pra escrever foi esta porque ilustra tão bem como era fácil ser "supermãe" - aos olhos dos pequenos, podemos ser lindas, inteligentes, sensíveis, infalíveis, quase perfeitas. Na adolescência você se torna um troféu: ter mais (e melhores) argumentos, ganhar no truco, no imagem e ação, transformam-se em pequenas vitórias - o que não deixa de ser uma coisa boa, afinal só se quer superar o que é digno de superação...  mas aí, ah... aí eles entram na faculdade. E o que sempre foi um orgulho, filhos pensantes, críticos e inteligentes faz com que eles finalmente percebam que você, como qualquer outra pessoa, é falível. É imperfeita. E a gente deixa de ser a supermãe ali de cima pra se tornar a supermãe aí de baixo.

 

E enquanto eu escrevia, pensei que afinal, este é o caminho natural. Lembrei de mim e de minha mãe, e... enfim. Tocou o telefone, Maya chegou, impossível dar continuidade. Mas acho que consegui expressar o que sentia...