Momentos. Reminiscências. Vivências. Sentimentos. Lugares. Pessoas. Músicas. Poesias. Livros.

segunda-feira, setembro 12, 2011

MUDANÇAS

Organização nunca foi o meu forte, desde sempre.
Um dia li que pessoas criativas não conseguem ser organizadas - o que não quer dizer, de forma alguma, que pessoas organizadas não são criativas, antes que alguém resolva me xingar!!!!
Pois é, eu não sou organizada. Tudo bem que nem ando tão criativa assim, mas definitivamente, não sou organizada.
Criei este blog como um diário virtual para minhas aulas de teatro em Goiânia. Ele ultrapassou o objetivo inicial, e se transformou no "meu" blog. Mas agora "cresci", e quero um blog com meu nome. Então, criei o Lucemary Peres. Lá coloquei quase todos os meus textos do blogger, de todas as tentativas que já fiz - daqui, do Cotidiano Em Cena, do Utopias e Afins. Só não coloquei ainda os textos do Pipoca e Coca Cola. E lá, a partir de hoje, vai ser minha casa. Minha única casa - exceto o diário do meu desafio do Um Ano Sem Cartão. E lá, na minha nova casa, espero vocês com uma xícara de chá, um café quentinho, um pão de queijo virtuais... e meus textos a partir de agora.

=D

http://www.lucemaryperes.blogspot.com/

Sejam bem vindos!!!!

Bandeira dois

Mãe leonina, pouco possessiva.
Único filho homem, caçula, 19 anos. Segundo as irmãs, o dodói da mamãe. Nunca namorou - pelo menos, nunca apresentou uma namorada à família.
Aproveitando a família toda reunida, imagina que a mãe vai manter a compostura ao saber do namoro, sem bancar a madrasta da Branca de Neve e conta que está, sim, namorando.
A mãe não só sobrevive à notícia como reage muito mais civilizadamente do que o esperado. Animado com isto, o "baby" aproveita:
"- Então, mãe... empresta o carro pra buscar a namorada pro evento da irmã?"
"- Não, que você não tem carteira. Mas vou com você buscá-la..."
"- Era a isso que me referia, mãezinha!! Sete e quinze está bem?"
...
As 19:15 pontualmente saem da garagem para buscar a moça. O filho indicando o caminho, segundo o que informaram. Ele também não sabia o endereço exato. Param para perguntar a um transeunte:
"- Quem vocês procuram????", cara de mau.
"- Fulana, minha amiga", responde a mãe. E se disser que é a namorada do filho e ali, naquele bairro não gostarem de moços de fora que namoram as moças locais??? Imagina que vai colocar seu filhinho em risco!!!
"- Só seguir reto, na segunda esquina."
Em frente à casa, o filho, gentil, desce e abre a porta traseira para a namorada entrar. Incontinenti, entra junto.
"- Mãezinha, a senhora não se incomoda se eu for aqui também não, né?"
...
"-Ah, mãezinha, eu  não quis que ela se sentisse sem graça..."
...
Filho, uma lição pra todo o sempre: ao apresentar a namorada para a mãe (no caso, a sogra) NUNCA, mas nunca mesmo, a transforme em motorista de táxi, sob o risco de ter a vida transformada em inferno para todo o sempre no caso de casamento com a candidata em questão... sorte que sua mãe é uma pessoa muito gentil, bem humorada, inteligente e com jogo de cintura (acima de tudo, modesta) e não guardou mágoas (depois dos hematomas que deixou em você).

domingo, setembro 04, 2011

"Deste lugar...

...que divido com minha filha


e com as formigas, olho o mar,

ouvindo Osvaldo Montenegro:

“eu amava como jamais poderia se soubesse como te encontrar”...

Assim, o meu amor.

Busco meu homem, perdido em algum lugar

nesse mundo sem esquinas.

Ruas e ruas caminhei, e continuo, incansável,

sem chegar à esquina, aquela,

onde vou topar com meu amado.

Se até Marcinha encontrei

numa esquina do pelourinho!

Estrangeira em meu corpo,

porque não vislumbro

o vulto do meu amado

a esgueirar-se das sombras

nessa esquina em que me encontro agora?

Ou na próxima?

Que não tarde, apenas.

A angustia toma conta de mim

E não quero ser a mulher triste,

melancólica , cansada,

quando esse encontro acontecer.

Quero ser luz,

Alegria, acalanto.

Colo onde meu amor

possa se fartar,

e se recostar,

e permanecer."




Ataque de inspiracao. Cansei.


Postado em 26/06/2004  em http://www.tialux.flogbrasil.terra.com.br/

quarta-feira, agosto 24, 2011

Caminho das Indias

Esta foi a novela exibida no horário das 21:00h pela Globo, de janeiro a setembro de 2009, e que relatava as agruras e alegrias da heroína Maya - que é também o nome de minha filha mais nova.
Paula, a filha mais velha, morava comigo na Bahia. Uma noite chego em casa cansada e acabada, quase nove da noite. Na cozinha, ela está envolvida com o preparo de uma comidinha gostosa (ela é muito boa nisto!), vou até lá dar um beijo e estranho a expressão de seu rosto.
"- Filhota, tudo bem?"
Silêncio, cheio de infinitas interpretações possíveis pela expressão que ela faz.
"- Filha, fala logo."
Ela me olha um olhar indecifrável, algo entre pena e choro contido, os olhos brilhando pelas lágrimas represadas, e ainda não diz nada.
"- É melhor eu me sentar?"
"- Senta, mãe. É melhor."
Meu coração disparou, parou, disparou novamente, senti o sangue congelar, o tempo parar, perdi a sensação das pernas... revivi, instantaneamente, a dor da perda recente de meu pai, a cabeça rodando a mil e pedindo a Deus que não fosse nada que eu não pudesse suportar, listando em um átimo cada membro amado da família, todos longe, cada um num lugar diferente, o que teria acontecido? Com quem? A voz veio num fio, meio sussurrada, meio "miada":
"- Não queria ser eu a te falar..."
Fiquei olhando em silêncio, o coração aos pulos, o sangue gelado.
"- Ah, mãe, mas não é justo, não é justo!"
Continuei estática, esperando a notícia que, a esta hora eu já sabia, não poderia ser boa.
"- Ah, mãezinha, não acho justo... todo mundo sabe, todo mundo tá falando, só a senhora ainda não sabe... não acho justo fazer isto com a senhora..."
Calada eu estava, calada continuei, esperando a bomba.
"- Mãe, a Maya tá grávida."
Como assim, grávida? Grávida? Mas a Maya não tem namorado, tá fazendo faculdade, como grávida? A Maya, grávida? Como assim, grávida? Estas palavras ficaram rodando na mente, no coração, na alma. Não me lembro agora se falei algo, se fiquei calada, se chorei. Acho que ainda estava tentando me encontrar depois do baque pra identificar o que estava sentindo, quando ouço:
"- E isto não é o pior, mãe."
Como assim, não é o pior? A Maya, sozinha em Curitiba, sem namorado, a Maya, tão menininha, no primeiro ano da faculdade, a Maya, grávida. E não é o pior?
"- Sabe, mãe, o pior... o pior é que ele fugiu."
Putz. Minha nenem, grávida, sozinha longe de mim, e ele fugiu. Que sacana é este? Ah, os homens, maldigo-os todos, o mundo gira, o tempo avança, mas algumas coisas não mudam... nem tenho tempo de verbalizar minha ira, minha revolta, Paulinha, na minha frente já não consegue se segurar:
"- Mãezinha, o Bahuan fugiu pros Estados Unidos!"
...
Esta é minha filha: além de muito boa na cozinha, excelente escritora e jornalista, é atriz impecável. E de criatividade ímpar! Só eu sei o que a Globo está perdendo.
Reparem no olhar de "arrá, eu vou aprontar!" da Paula.


quinta-feira, agosto 11, 2011

Crenças *

Na natureza, as cores são diferentes - mas combinam entre si e completam-se.
As notas musicais são distintas, embora combinem entre si e completem-se.
Assim as pessoas.
Algumas acreditam em “ter”, outras em “ser”.
Algumas em ídolos, outras em fadas e duendes.
Algumas na fragilidade do ser humano, outras na força de sua alma.
Algumas acreditam que o amor é construído dia a dia,
sólido como uma muralha.
Outras, que ele acontece sem aviso prévio,
real e intangível como o mais lindo arco íris após a chuva.
Uns acreditam que a vida tem que ser planejada,
outros que ela tem que ser vivida dia a dia.
E nessas diferenças é que as pessoas se encontram,
combinam entre si e completam-se.
Já pensou que tédio se todos fossem budistas, petistas, corintianos?
Qual seria a graça da vida?
Eu, por minha vez, acredito em viver. No bom humor. Em sonhar.
Acredito em amor à primeira vista,
e também que o tempo é o melhor remédio...
acredito em anjos, e em amizade verdadeira.
E acredito que meu signo combina com o seu.

 
*Resgatando textos antigos

terça-feira, julho 26, 2011

Recuerdos de Porto


Vini e seu mangá



Lambe-lambe no brique, não é fofo???

Recantos do Parque da Redenção


Não é o máximo???
Uma torre de água quente
para abastecer os chimas em trânsito...

Artistas fazendo propaganda do show...

Água pro chimarrão

Campanha fortíssima da Pepsi
junto aos gaudérios de PoA

Minhamiga linda de viver...


Brique da Redenção,
onde se juntam todas as tribos...
e a gente passa um domingo delicioso.

Quintana, paixão eterna.

Elis, saudosa, outra paixão.

quarta-feira, julho 20, 2011

"Todos os meus dias são dos meus amigos!" *

Oswaldo Montenegro, em "A Lista", nos convida a fazer um balanço de nossos amigos: "de todos os que mais víamos há dez anos quantos ainda vemos todos os dias? Quantos não encontramos mais? E termina perguntando: "Quantas pessoas que você amava hoje acredita que amam você?"
Apesar de constar entre meus preferidos desde sempre, não gosto desta pergunta. Prefiro assim: "Quantas pessoas você amava e ainda permanecem em seu coração?"
E aí começa a minha lista, que não vou colocar aqui pra não correr o risco de esquecer alguém, já que posto rapidamente e sem rascunho... mas definitivamente constato que, de todas as pessoas que eu amava há dez anos, todas ainda moram em meu coração - mesmo aquelas que o tempo e a distância impedem que eu encontre amiúde.
Neste tempo outras pessoas foram chegando, algumas apenas transeuntes na minha vida, mas algumas definitivamente pra ficar. E o que percebi é que o tempo se torna escasso, e não posso mais me dedicar como gostaria a cada um. Não posso, por exemplo, cantar a plenos pulmões nos karaokês com Vera, que hoje mora em Rio Branco. Não posso ter conversar infindáveis com Cloé ou Luciane, nem sentar nos bares da vida com Gisele ou ficar em volta do chimarrão com Solange e Cláudia. Não posso mais sonhar acordada com Lylia. Tanta coisa não posso mais com tantos amigos!!! Tanto tempo me falta... mas tanto amor me transborda! Ainda bem que em tempos de internet consigo saber de cada um, e lembrá-los, de vez em quando, que vivem no meu coração.



*Emprestado do status da Verônica Macedo no FB.

terça-feira, julho 19, 2011

Vinte de Julho

Dia do amigo - apenas uma data no calendário???
....
A Lista - Oswaldo Montenegro


Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...

Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...

Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?

Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?

Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?

Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?
.....

Fiz minha lista e quer saber? O resultado foi positivo.
De todos que eu amava, ainda amo a maioria. E sei que muitos me amam também.
=)
Feliz dia do amigo!

sábado, julho 16, 2011

Poeminha Amoroso

"Este é um poema de amor


tão meigo, tão terno, tão teu...

É uma oferenda aos teus momentos

de luta e de brisa e de céu...

E eu quero te servir a poesia

numa concha azul do mar

ou numa cesta de flores do campo.

Talvez tu possas entender o meu amor.

Mas se isso não acontecer,

não importa.

Já está declarado e estampado

nas linhas e entrelinhas

deste pequeno poema,

o verso;

o tão famoso e inesperado verso que

te deixará pasmo, surpreso, perplexo...

eu te amo, perdoa-me, eu te amo...""


Cora Coralina


terça-feira, julho 12, 2011

Aniversários e infernos astrais


O que é, afinal, o aniversário???
Além do dia do nosso nascimento, é também o marco inicial de um novo ciclo solar na nossa vida.
Como assim?? É isso aí, o sol passa pelo mesmo ponto do zodíaco onde estava no dia do nosso nascimento. Coisa boa um novo ciclo, deixar pra trás erros, malfeitos, a chance de recomeçar. Mas fala sério, não seria muito melhor se os dias que antecedem esta "renovação" não coincidissem com os últimos do ciclo anterior e se justamente neste período os astros todos não se juntassem para instalar o caos na nossa vida????
Acho que aniversário não devia ter inferno astral, viu?
Tudo bem que, segundo especialistas, este é o período de trinta dias em que "se esgotam as possibilidades de expressão existentes e manifestam-se os resíduos responsáveis por sua dissolução." Ou seja: caracteriza-se pela desordem e pela inversão dos valores admitidos no seu início. Por isto a sensação de angústia, de tristeza, de desordem e insegurança - somados à incerteza do futuro. Então é necessário passar por este período pra recomeçar, tudo bem.
Mas fala sério, o meu inferno astral tinha que ser de quarenta dias???

domingo, julho 03, 2011

O porre da noite de núpcias

Almoçando no Alemão, Tati, eu e Maya falávamos sobre porres, homéricos ou não, que ficaram na memória. Contei aqui do meu primeiro porre, que me deu ressaca apenas dois dias depois. E ali citei o porre da noite de núpcias - sim, eu tive uma noite de núpcias inesquecível.


Casei-me num sábado de junho, pela manhã, na casa de meus pais, com direito a churrasco (regado a muita cerveja e caipirinha) que se estendeu por todo o dia. Convidados apenas a família e amigos queridos. A festa rolava solta, ao som da alegria dos convivas (chique esta palavra, fala sério!). Muitos parentes queridos tinham vindo de longe para o evento "casamento da Lucinha".




(Parentêsis para explicações: Lucinha sou eu: neta mais velha de ambos os lados, mimada por ambos os lados, a mais "sem noção" mas também a mais presente, sempre, apesar da distância geográfica; a que escrevia pros tios todos, a que telefonava sempre (eram tempos pré internet, século passado, lembram?); a que passava todas as férias em Goiás se revezando entre a casa dos tios, jogando truco, cozinhando, fazendo doces, cuidando (?) dos primos mais novos. Bons tempos aqueles!). Feliz da vida com a família quase toda ali, muitos dos amigos mais próximos também, esta noivinha circulava conversando, rindo, matando saudade, contando e ouvindo novidades - e assim me esqueci de comer, apenas beliscava uma ou outra coisa. Na bagunça da festa, ninguém me lembrou disto também -mas de brindar com a noiva todo mundo lembrou e fez questão. De brinde em brinde, é claro que fiquei bêbada.
Naquela época havia a "Lei Seca": os postos de combustível fechavam às oito da noite, sempre, a não ser exceções nas rodovias. Saímos da casa de meus pais pra casa do Paulo depois das seis, tomei banho enquanto o Paulo lavava o carro (que tinha sido pintado com tinta guache, a sogra proibiu pintarem com batom porque a tinta guache sairia mais fácil... sei não, viu?), tomei banho e me arrumei.


Sim, iríamos ainda comemorar com os casais mais próximos no saudoso bar cujo nome me foge agora, e que ficava na esquina em frente à Jauense. Lá tomei umas duas ou três "porradinhas", mistura deliciosa de guaraná e cachaça, que descia fácil e gostoso, mas subia mais fácil ainda pra cabeça. Só percebemos que 'talvez' eu não estivesse muito bem quando fui ao toalete fazer xixi e não tinha voltado depois de vinte minutos... Rose foi atrás de mim, e voltei direto pro carro pra que pudéssemos finalmente ir pro Motel que escolhemos para passar a noite de núpcias - e que, por questões logísticas, era o mais próximo da Vila A, perto da Usina.


Foto apenas ilustrativa, o motel não se assemelhava a este...
Chegando lá não tivemos nem o tempo de começar as preliminares: meu estômago, meu fígado, todas as minhas vísceras se revoltaram e deram sinal de vida: passei a noite toda no banheiro chamando o 'Hugo'. De estômago vazio, não tinha muito o que colocar pra fora, mas o mal estar persistia e eu fazia forças - e isto fez meu rosto ficar todo pintadinho de pequenos pontos pretos, que depois descobri, era o efeito da força sobre a vascularização do rosto.
Ali pelas cinco da manhã, o dia clareando, o noivo nitidamente insatisfeito (?), chamou para irmos embora, e assim fizemos. Andamos poucas centenas de metros e perto da Igreja São José Operário, o carro parou. O defeito? Pane seca. É, o Paulo tinha esquecido de abastecer no dia anterior.


Táxi ali por perto? Nem em sonhos. Carona? Idem. Em tempos pré celular, a solução foi caminhar até a casa dele - e olha que era uma boa pernada, viu?


Chegamos depois das sete, a sogra na cozinha preparando o café estranhou chegarmos em silêncio - e se assustou ao olhar meu rosto todo pintado. Como explicar? Não, não tinha explicação.
Não foi uma noite de núpcias inesquecível? Principalmente pro noivo?




=)

quarta-feira, junho 29, 2011

Cotidiano

O dia abafado tinha começado errado – o filho de seis meses havia acordado febril e choroso, demandando mais cuidado e atenção que de costume; a vizinha que adorava conversar apareceu pra um chimarrão fora de hora; o gás acabou quando o almoço ainda estava pela metade. Este, terminado às pressas, às pressas foi servido para as filhas, que já estavam com o tempo estourado para a escola. A menor, de cinco anos, olha pra mãe e diz: “mãezinha, tenho que terminar a tarefa que a tia mandou.” “Como assim, terminar a tarefa, filha??? Você não fez tudo pela manhã???” “Faltou grampear.” A mãe corre até a prateleira onde fica o material de apoio da escola - a sensação de urgência e os cabelos que caíam pela nuca aumentavam o calor e a irritação. Na mesa da sala, as duas filhas pequenas encostadas, apoiadas nas mãos, esperavam. Ela chega, pega o trabalho e o grampeador não funciona. Um pouco mais irritada volta até a caixa, pega grampos e abastece o grampeador – que novamente não funciona.

“Mana”, diz a mais velha se afastando, “vamos pra lá que a mãe tá irritada.” Incontinenti, senta no degrau da escada que leva ao pavimento superior e fica quieta, já conhece a mãe, sabe quando está prestes a perder a paciência. A irmã, ao contrário, continua onde estava, observando a mãe que luta em vão pra consertar o grampeador antigo, propriedade querida do pai desde os seus tempos de infância.

“Mãe, você tá irritada?”

A mãe, sem pensar, levanta a mão com o grampeador e arremessa, com força. Não na filha, mas numa trajetória perigosamente perto, rumo à parede onde ele se despedaça em mil pedacinhos. A filha, estrategicamente sai e, sentada ao lado da mais velha, diz: “É, mana, a mãe tá irritada.” Ri. Não sabe se de susto por ter feito aquilo sem pensar, correndo o risco de acertar a pequena; se de susto ao perceber que, no ímpeto da irritação havia destruído o grampeador de estimação do marido; se pelo simples fato de ter quebrado algo deliberadamente, coisa que nunca havia feito e nunca mais se repetiu; se pela tranquilidade da filha constatando sua irritação gratuita. Não sabe bem porque, mas a irritação acabou. Desapareceu, por encanto.

Pega o trabalho, as filhas, as mochilas das filhas, as lancheiras das filhas, o filho acomodado no bebê conforto, coloca tudo no carro e parte rumo à escola. Um dia comum na sua vida.

sábado, junho 25, 2011

Pra toda vida


Maya dorme no quarto dela, a portas fechadas.
Paula dorme no meu quarto, com a porta aberta.
Matheus dorme no colchão da sala.

E o silêncio de seu sono é a canção mais linda no meu coração.

domingo, junho 19, 2011

Choque de gerações



Ela está sentada no bar, tomando um chope enquanto aguarda a amiga que não chega. Pelo espelho vê o gato olhando fixamente pra ela, do outro lado. Disfarça, arruma o cabelo e olha de volta, pensando que ele é mais novo, bem mais novo. Mas é lindo, maior de dezoito, faz sombra no chão. Pede outro chope, se vira e vê que ele continua olhando, fixamente. Retribui o olhar e sente um calorzinho pelo corpo, subindo até a cabeça: é o ego, aquecido pela situação, afinal ela não está tão mal assim, aos quarenta e poucos, e aquele gatinho lindo dando o maior mole. Esboça um sorriso, meio tímido, meio provocante. Na porta, a amiga chegando, ela acena. O gato levanta-se e vem até ela, sorriso aberto. Nossa, ele é um verdadeiro deus grego, nossa!!! Sorri de volta, e quando ele chega bem pertinho fica sem saber direito o que fazer. Ele resolve o problema, estendendo a mão e perguntando:
"Tia, você não é a mãe da Fulana?"
Choque. Total e absoluto. Tia???
"Sim, sou. Você?"
"Eu sou o fulaninho, brincava com ela na sua casa quando era pequenininho..."
"Bem que eu pensava estar te reconhecendo..."
Saída honrosa pra um ego dilacerado.
=)

quinta-feira, junho 02, 2011

Descobertas

É claro que eu te amo.
É claro que gosto do aconchego do teu abraço.
É claro que gosto do amor que a gente faz.
Gosto do teu cheiro, gosto do teu beijo, gosto de estar contigo.
É claro que gosto de ti.


Mas gosto tanto da vida (leve) quando estás distante...

domingo, maio 29, 2011

Tarde cultural em Porto Alegre

"Você, que ama Quintana, tem que conhecer a Casa de Cultura!"
E fomos eu, Cloé e Rosa, à Rua da Praia (que não tem praia), rumo ao hotel onde morava o poeta e que hoje abriga a casa de cultura com seu nome.Indescritível a sensação de olhar o Quarto do Poeta. Outra coisa bem boa foi o Acervo Elis Regina. Terminar o passeio com um moccacino e uma torta de chocolate, aff! Delícia pura.




No caminho até lá, gratas surpresas: a descoberta do projeto em que poetas anônimos emprestam suas palavras para iluminar momentos do dia dos usuários do transporte coletivo em Porto Alegre. Um mímico, destes que ficam nos centros das grandes cidades encantando uma menininha numa esquina da Rua da Praia. O Centro Cultural Érico Veríssimo, com uma exposição muito interessante de espaços antigos.


"Cloé, quero muito voltar ao Mercado Municipal. Uma vez comi ali uma salada de frutas deliciosa!"

No caminho, parada no Museu de Artes do Rio Grande do Sul, onde pude apreciar de pertinho um Portinari e um Di Cavalcanti originais, além de outras obras fantásticas. Logo à frente, O Memorial do Rio Grande do Sul - onde fomos muito bem atendidas, e ao ladinho, o Santander Cultural, onde curtimos uma apresentação deliciosa do repertório do Pixinguinha.
Voltar pra casa depois disso tudo foi leve, leve.

sábado, maio 28, 2011

Metáforas


"Lu, cheguei à seguinte conclusão: ter filho é como aprender a ler, não tem retorno. Você bate o olho num outdoor, numa faixa, numa propaganda, não tem jeito: automaticamente decodifica o que está escrito, e pronto."

* * * * *
* * * * *
Cloé é sempre uma lição a aprender.

quarta-feira, maio 25, 2011

Tal & Qual



"Eu sou meio mutante mesmo, mas antes eu me sentia um pouco perdida. Aquilo que eu estava fazendo não combinava com o tipo de música que eu estava querendo cantar. Aquele negócio de você ver o capim crescer na sua casa sem tomar providência nenhuma. Um dia você se dá conta e o capim já virou mato e aí você sente que está emaranhada nele. Então tem que cortar o mato. É difícil mas é bom porque você se deu conta, entende?"


"Aprendi que a vida é feita de dois lados. Você precisa conhecer o lado torto para conhecer o lado bonito. Então, nesse sentido, todas as experiências pelas quais nós passamos são absolutamente válidas."

Elis Regina

segunda-feira, maio 23, 2011

"O que você escreve?"

"Ah, hoje já não escrevo quase nada. Mas gostava muito de crônicas, contos, poemas."
"E porque você escreve?"
"Não sei"
"Como assim, não sabe? Quem faz algo tem que saber porque... ainda mais algo assim, tão... sei lá."
"Não, eu não sei. É algo maior do que eu. Por vezes passo dias, semanas, até meses sem escrever. Nem mesmo uma linha. De repente as palavras irrompem em forma de verso, de prosa, de reticências até. Vem aos borbotões, sem controle sequer de qualidade. Escrevo porque preciso, eis aí sua resposta. Escrevo porque preciso."
.
Houve um tempo em que acreditava escrever por ter muito o que dizer, e que todas as idéias que me afluiam eram originais, como originais acreditava as palavras que tinha pra falar. Hoje, depois de ler e reler tanto (e tão pouco ainda), por vezes penso que tudo já foi dito. Amiúde reconheço em outras palavras meus sentimentos, meus anseios, meus medos. Com muito menor frequência reconheço em insights geniais de outrem uma fagulha de meus pensamentos.
Ainda sentindo que tudo o que havia por dizer já foi dito, permaneço. Persisto, insisto e resisto a me calar - porque o eu mais escondido é mais forte que este que apresento às pessoas. E não tem vergonha, não tem medo, não tem medidas.

terça-feira, maio 10, 2011

Você já pensou em ficar um ano sem comprar nada?


Tudo bem, muito radical.
E sem comprar roupas, sapatos, acessórios?
Tá, tá certo. Ainda é radical.
Um ano sem comprar apenas roupas?
Muito, também? Oquei.
Quem sabe um dia? Um diazinho apenas sem comprar NADA, absolutamente nada?

*_*
Pois é, existe um movimento iniciado nos Estados Unidos há pouco mais de dez anos, que já chegou à Europa, e prega um dia sem compras –  para combater os efeitos da publicidade ao consumo, exarcebado e desnecessário. A princípio foi como uma voz solitária se erguendo em favor do planeta (sim, o consumo exagerado afeta o planeta, a sustentabilidade e o nosso futuro), à qual foram se juntando outras.
Aqui no Brasil, procurando no Google, encontramos alguns exemplos:
a Joanna, a Nadja, a Marina e a Evelyn se propuseram a passar um ano sem consumir algumas coisas. Seja em prol da sustentabilidade do planeta ou do próprio bolso, são iniciativas interessantes a favor da redução do consumo desenfreado – e um exercício importante sobre autocontrole. Torcemos para que elas consigam seus propósitos!

*_*

Esta blogueira que vos escreve juntou-se ao coro acima, registrando a intenção de um "ano sabático" no consumismo. É isso aí, tenho um novo diário, onde pretendo registrar dia a dia meu progresso e metas atingidas. Sei que virão crises de abstinência (tá, eu assumo, sou consumista sim, e daí??? Tô tentando melhorar, não tô???), sei que virão momentos em que abrirei meu guardarroupa e ficarei lá, com cara de besta, olhando e pensando que não tenho roupa para a ocasião. Sei que terei crises desesperadoras quando estiver há uns três meses sem comprar sapatos e revistas. Deus do céu, não pensei direito quando impulsivamente tomei esta atitude, mas agora... ah, agora sou obrigada a manter minha palavra, honrar minhas intenções. Sim, eu posso. Sei que consigo.
Um ano sem compras supérfluas, sem roupas, sem sapatos, sem acessórios, sem revistas, sem coisinhas de casa. Talvez eu me torne uma pessoa melhor com isto, talvez não sobreviva à experiência.

*_*

Vocês estão convidados a acompanhar, torcer, opinar. Todo apoio nesta empreitada é muito mais que bem vindo!

sábado, maio 07, 2011

Mãe

- " A nossa mãe é linda!"
- "A minha é mais!"
- "A nossa mãe é independente, trabalha fora."
- "A minha também!"
- "A nossa mãe fez faculdade!"
- "..."



Ok. A memória me trai, e o diálogo pode não ter ocorrido ipsis literis como transcrevi. As duas irmãs brincavam com amiguinhas, e através da janela eu ouvia a conversa. Claro, achando o máximo que não pararam de buscar, dentre as coisas que enxergavam em mim, aquela em que ninguém me sobrepujasse aos seus olhos.
Dentre tantas lembranças, a que escolhi pra escrever foi esta porque ilustra tão bem como era fácil ser "supermãe" - aos olhos dos pequenos, podemos ser lindas, inteligentes, sensíveis, infalíveis, quase perfeitas. Na adolescência você se torna um troféu: ter mais (e melhores) argumentos, ganhar no truco, no imagem e ação, transformam-se em pequenas vitórias - o que não deixa de ser uma coisa boa, afinal só se quer superar o que é digno de superação...  mas aí, ah... aí eles entram na faculdade. E o que sempre foi um orgulho, filhos pensantes, críticos e inteligentes faz com que eles finalmente percebam que você, como qualquer outra pessoa, é falível. É imperfeita. E a gente deixa de ser a supermãe ali de cima pra se tornar a supermãe aí de baixo.

 

E enquanto eu escrevia, pensei que afinal, este é o caminho natural. Lembrei de mim e de minha mãe, e... enfim. Tocou o telefone, Maya chegou, impossível dar continuidade. Mas acho que consegui expressar o que sentia...

quarta-feira, abril 27, 2011

Enfrentando os medos!

Escrevo, desde sempre.
Escrevo se estou triste, escrevo se estou feliz, escrevo por saudade, por raiva, por indignação.
Desejo escrever desde sempre. Escrever além do meu alcance, além do meu universo particular, deixar minhas palavras voarem sem limites, sem medo.
Mas foi ele um dos algozes deste desejo que me acompanha há tanto tempo, o medo. O medo do ridículo, o medo das críticas, o medo de... nem sei direito.
E agora surge a oportunidade de deixar minhas palavras voarem, livres. Visitarem outros mundos, rompendo meus limites. Além das páginas do jornal Correio do Cidadão (estou colunista, xique no úrtimo, benhêêê!!!), um de meus poemas passeia por outro blog e ganha o mundo, além dos meus limites como sempre quis... e agora tenho que me acertar com eles, meus medos todos, e fazê-los entender que chega. Já deu pra eles. Talvez não seja fácil, mas como saber sem tentar???
=D
Abaixo, o poema. "Permanente, apenas a inconstância". E a ilustração lindinha que o Tiago Silva fez pra ele.

Sempre a mesma, renovo-me a cada dia.
Se tudo é mutável, quanto mais crenças, pensamentos, realidades, desejos, evanescentes e intangíveis?
Quanto mais eu?
Se hoje sou Penélope, amanhã posso ser Lilith.
Outro dia Helena, Joana, Isabel, Evita, Elisa, Maitê, Lya; posso ser Maria, também Coco, Marilyn, Luz Del Fuego, Jaqueline, posso ser tantas e cada uma, e nenhuma, e por fim eu mesma.
Não me julgue, não me pressuponha, não me classifique.
Sou ímpar, sou única, exemplar de colecionador, primeira edição de livro raro, jóia preciosa talhada por caprichoso ourives, sou o que me proponho, o que me valido, o que me defino.
Não me gereralize e não me banalize.
Sou leonina mansa, pisciana feroz.
Porque há de existir paradigmas se não para serem rompidos?
Porque limites se não para ultrapassá-los?
E ir além?
Não me julgue, não me pressuponha, não me classifique.

(postado originalmente em Tia Lux)

quarta-feira, abril 20, 2011

19 de abril...

Acabou o ano do dobro... e começou o ano do dobro!
Comoassimporexemplo????
Até ontem ela tinha 23, metade dos meus 46!
Hoje ela tem 24, metade dos 48 do pai...
Bem vinda, Maya, à idade adulta!!! 
(Comoassimporexemplo????)
=P

segunda-feira, abril 18, 2011

Caio Fernando de Abreu

Acabo de conhecer... e me encantar por este jornalista/escritor. Estou postando este texto especial pra uma amiga que, quero muito, seja feliz.

"Preciso muito que alguma coisa muito muito boa aconteça na minha vida... alguma coisa, alguma pessoa. Acho que tenho medo de não conseguir deixar que o passado seja passado, de aceitar verdades pela metade, de viver de ilusão ! Eu preciso muito muito deixar acontecer o momento da renovação, trocar de pele, mudar de cor. Tenho sentido necessidades do novo, não importa o quê, mais que seja novo, nem que sejam os problemas. Preciso deixar a casa vazia para receber a nova mobília ! Fazer a faxina da mente, da alma, do corpo e do coração ! Demolir as ruínas e construir qualquer coisa nova, quem sabe um castelo."

sábado, abril 16, 2011

quarta-feira, abril 13, 2011

Coisas que eu não gosto...



Minha barriga está aumentando a cada dia... e nem estou gravidinha!!!!

quarta-feira, abril 06, 2011

14 anos

É incrível. Esse é o tempo que me separa do dia em que pensei que o mundo tinha perdido a razão de existir pra mim. Aquele dia pensei que não conseguiria mais sorrir. Que não conseguiria mais encontrar sentido no suceder dos dias, um de cada vez.
É mais incrível como o tempo ensina. E ameniza dores, e nos torna fortes. E nos mostra novos rumos, novas motivações.
Em seis de abril de 1997 atendi o telefone, num fim de tarde, na casa de meu pai. Do outro lado tio Tonico, voz embargada: "Lucinha, filha, você tem que ser forte." Em casa apenas eu e as crianças, papai e mamãe na estrada, retornando de Dois Vizinhos. Como ser forte? E como não ser?
Tanto tempo depois contabilizo tantas outras dores, e tantas outras saudades. Aprendi a conviver com a falta de tanta gente amada... inclusive a de papai, que não está  mais aqui. O tempo realmente é o melhor remédio - ainda que existam cicatrizes lembrando cada dor vivida.
Fazem quatorze anos que o vô Nano se foi. E a saudade continua, exatamente igual. Assim como o seu amor, que me fortaleceu pela vida e me ajudou a ser quem sou.

Coisas que eu gosto!!!



"Essa vida é uma viagem
pena eu estar só de passagem."
Leminski

quarta-feira, março 30, 2011

Estivadores do Saber

estivador
es.ti.va.dor
adj (estivar1+dor2) Que estiva. sm 1 Operário que trabalha nas capatazias dos portos no serviço de carga e descarga de navios, quer trans­portando mercadorias do armazém ao navio, ou vice-versa, quer arrumando-as no necessário empilhamento. 2 Negociante de gêneros alimentícios. 3 Operário do saber (acrescentada por esta que aqui escreve, sob licença poética)

...

Esperando o elevador, encontro um colega guardando um crachá no bolso, e gaiata que sou, já descubro que vamos para o mesmo treinamento. E incontinenti, que temos mais uma coisa em comum além do futuro como educadores corporativos: Edson, do Raso da Catarina.
A caminho desta nova formação, ante a perspectiva de conhecer novos universos e amigos, mediante infindas possibilidades que o dia traz, invade-me o conhecido sentimento, misto de saudade e algo indefinível, que no decorrer do dia se transmuta em vários outros.
A presença dos Estivadores, intangível porém intensa e real, me acompanha por todo o dia, que termina com alguns de nós na Devassa Cervejaria. E o texto, que bailou o dia todo na cabeça, verbalizando como sinto por não ter mantido contato amiúde; constatando que deveríamos todos poder reviver esta experiência pelo menos uma vez por semestre; contando de como cada Estivador vive em meu coração, ainda que eu não o afirme e reafirme ininterrupta e peremptoriamente; falando de como a experiência vivida em meados de 2010 marcou-me indelevelmente, este texto não sai.
Como o sentimento permanece, é imperioso registrá-lo - para que não se perca no turbilhão de novas experiências e idéias e sentimentos.
Para terminar deixo expresso meu muito obrigada a cada um, com a esperança de que um dia nossos passos voltem a se encontrar nos caminhos da educadoria. E aos queridos, queridíssimos Beiga e Edson, maestros que me iniciaram nesta realidade, mais do que meu agradecimento, o carinho imensurável. "Infineterno".

segunda-feira, março 28, 2011

Ar condicionado,

endereço nobre, tevê a cabo, internet wi-fi, ducha SHUMPdelícia, cama idem, serviço de quarto.
Eu podia morrer vivendo assim.

Rua Bela Cintra, 1356

"Em uma das mais charmosas regiões de São Paulo, localizado a apenas 1 quadra da Avenida Paulista e próximo a estação Consolação do metrô, este flat é moderno, compacto e funcional. Ideal para quem procura praticidade e bom gosto. Transamérica Flat The Advance está localizado nos Jardins, uma das regiões mais charmosas da cidade, a apenas alguns minutos da Avenida Paulista. E está cercado pelas melhores opções de restaurantes, bares e compras da cidade."
...



No caminho prá cá, nesta rua Bela Cintra, lojas que fariam Maya delirar. Vou caminhar e tirar fotos.

=D

AMO semana de curso!!!!!!

=D

Paradoxos

Finalzinho de domingo. Ouvindo Vander Lee e sentindo saudade. Mesmo tendo sido minha escolha.

sábado, março 26, 2011

Escolhas

São elas que norteiam nossa vida, desde as mais simples às mais complexas. E o que somos nada mais é que a soma das consequências de nossas escolhas ao longo do caminho. Tá, tudo bem. Tem um pouquinho de conspiração astral, mão de Deus, sorte, destino, como quer que queiram dizer... mas se Deus manda um vizinho, um barco, um galho, um helicóptero e ainda assim a gente escolhe ficar parada ali naquele mundaréu de água ao nosso redor e acaba se afogando, foi uma consequência de nossa escolha, foi não?
Gosto muito dessa música da Marisa Monte. Tenho cantarolado nas manhãs.


quarta-feira, março 23, 2011

Poeminha Amoroso



"Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu...
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu...
E eu
quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu possas entender o meu amor.
Mas se isso não acontecer
não importa.
Já está declarado e estampado,
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema
o verso,
o tão famoso e inesperado verso
que te deixará pasmo, surpreso, perplexo...
eu te amo, perdoa-me, eu te amo..."

Cora Coralina

Sanduiche para uma noite solitária e preguiça de cozinhar...

Na geladeira, aquelas duas fatias de broa alemã escura, macia e deliciosa.
Regadas com azeite de oliva, pra saborizar especiamente. O que tem na geladeira como recheio? Hoje foi queijo cottage, patê de peito de peru defumado, azeitonas picadas e agrião.
Salpiquei com gergelim torrado, e "voilá"!
Com suco de laranja, foi tudo de bom.
E não, não tirei fotos. A fome era muita, e não quis esperar.
=D

segunda-feira, março 21, 2011

Então...

...a vida, às vezes, segue caminhos que não sei explicar. Muito menos entender. Apenas me deixo levar.

domingo, fevereiro 27, 2011

Domingo de sol em Curitiba. Sol e calor. E solteirice.
Na casa de Maya (ainda minha também, apesar de estar há uma semana com as coisas no novo apê. Meu ninho, de novo).
Maya na casa de Gabi. Tiago de férias. Ana acaba de sair. A casa só pra mim e meus pensamentos.
Lúcia em Curitiba. Último domingo do carnavalzinho. Sol. Acho que vou abandonar meus pensamentos.
=D
Uma semana me separa do carnaval. E de Salvador.
=D
Quase dona de um clio zero km.
Com perspectivas de formação em educadoria em março.
=D
=D
Acho que a vida está retomando seu rumo, afinal.

terça-feira, fevereiro 22, 2011

Permanente, apenas a inconstância...

Sempre a mesma, renovo-me a cada dia.

Se tudo é mutável, quanto mais crenças, pensamentos, realidades, desejos - evanescentes e intangíveis?
Quanto mais eu?
Se hoje sou Penélope, amanhã posso ser Lilith.
Outro dia Helena, Joana, Isabel, Evita, Elisa, Maitê, Lya; posso ser Maria, também Coco, Marilyn, Luz Del Fuego, Jaqueline, posso ser tantas e cada uma, e nenhuma, e por fim eu mesma.
Não me julgue, não me pressuponha, não me classifique.
Sou ímpar, sou única, exemplar de colecionador, primeira edição de livro raro, jóia preciosa talhada por caprichoso ourives, sou o que me proponho, o que me valido, o que me defino.
Não me gereralize e não me banalize.
Sou leonina mansa, pisciana feroz.
Porque há de existir paradigmas se não para serem rompidos?
Porque limites se não para ultrapassá-los?
E ir além?
Não me julgue, não me pressuponha, não me classifique.

(Resgatando o TiaLux)

domingo, fevereiro 20, 2011

Atitudes

O lema para o novo milênio é reduzir, reciclar, reutilizar. Gosto muito! E apesar de ser dificílimo colocar em prática o primeiro preceito (colisões diárias entre o desejo de me alinhar com essa ideologia e meu impulso consumista-capitalista), procuro praticar os outros – o que, às vezes, admito, causa desespero nas pessoas que convivem comigo: tudo eu acho que pode ter uma nova utilização, nada deve ir pro lixo!
Encontrei na blogosfera um lista de desejos, no mínimo, inusitada – e que resolvi tomar para mim, então adicionei nas abinhas aí do lado (aos filhos que me lêem, percebam que é um compromisso comigo e não estou pedindo pra ninguém cobrar ou criticar, ok? É uma atitude que tenho que adotar, verdadeiramente, comigo apenas – e porque eu quero e sei as conseqüências de não agir assim. Da mesma maneira que, gradualmente, não interessa qual o motivo, diminuí o consumo de carnes e massas, proporcionalmente aumentando legumes, verduras e cereais nas minhas refeições – sem que ninguém precisasse ficar me dizendo nada).
Bom, continuando de onde estava antes do parêntesis, amei a lista. Alterei a ordem dos fatores apenas, porque o primeiro era justamente o mais difícil de incorporar nas minhas atitudes corretas para o novo milênio... vou tentar, agora, redescobrir o caminho pra dar os créditos necessários!
Entre as atitudes que resolvi tomar, uma pra logo é reorganizar minha aba de blogs que gosto, que curto e acompanho de vez em quando.

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Minha querida ex-quase-futura-nora ainda não sabe.

E talvez não saiba nunca, porque se são insondáveis os caminhos do coração, o que dizer dos que a vida traça, então? É normal que às vezes a gente fique assim, sem saber o que fazer. Até porque, minha querida, muitas vezes não há o que ser feito - mas nessas ocasiões, não fazer nada é suficiente - principalmente quando este "não fazer nada" é do jeito especial de um filho. E se esse filho é ainda cúmplice, amigo e companheiro, nossa! É mais do que suficiente... pode ter certeza.
Por vezes onde a gente enxerga uma prisão, o que existe é mesmo isto: cárcere. Podemos estar encarcerados por tantas coisas, menininha! Grades colocadas por outras pessoas, pela vida, por nossos medos, nossas inseguranças, nossas frustrações. Às vezes ficamos presos em nossa própria impotência de lidar com coisas que se apresentam no dia a dia, e que são inevitáveis. Outras vezes nos vemos ilhados simplesmente por não saber o que fazer diante de coisas/pessoas/fatos. Ou da passagem inexorável do tempo. Ou de desejos insondáveis do coração.
E pode acontecer de nos quedarmos, sim, presos em nós mesmos, por grades que na verdade são etéreas, e que, da mesma forma que surgiram, deixam de existir. Tudo a seu tempo. Porque, além de tudo, o tempo é mesmo o melhor remédio. Prá tudo. E isto não é clichê, por mais que pareça.
Tenho que contar que a desculpa de ser "normal da idade" não é uma desculpa. É fato. Sim!!! É normal da idade, na infância, ser curioso e imprudente. É normal da idade, na adolescência, ser irreverente, se achar dono da verdade, relevar o valor da experiência. É normal da idade, na maturidade, ponderar. Fazer um retiro para compreender, reavaliar, reorganizar, se fortalecer. Ainda que não se anuncie ao mundo que estamos em retiro no nosso mais profundo eu.E estas, minha cara, não são palavras de consolo.

“A vida tem disso.”

E ser feliz, como dizia a música, é impossível sozinho. Por isso é natural e reconfortante que você se preocupe - mas não deixe que isto a afete a ponto de enjôos, dores de cabeça, ânsias. Ou de pranto até que os olhos não aguentem mais e seu lindo rosto fique deformado. A sua frustração pode contribuir para "as coisas da vida" se prolongarem - porque a dor de um filho é elevada à enésima potência no coração da mãe. 
Saiba, minha querida, que a vida é um milagre. E se este milagre aconteceu, muitos outros podem acontecer - é só não desacreditar. E lembrar que nem sempre seu milagre é o mesmos desejado pelo outro...



quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Você me faz sorrir, Poleth!

Algumas coisas servem pra me fazer pensar. Não, não tenho feito disto um hábito freqüente –muitas vezes apenas ajo por impulso, ou sigo a inércia do dia a dia. Mas algumas coisas, de alguma maneira, pressionam o ponto certo e fazem um click, iniciando um processo de reflexão e (auto)crítica.
Receber de Paula o selinho “este blog me faz rir” foi um destes acontecimentos. Mais do que parar pra nomear o que me faz rir, me fez parar pra pensar porque a faço rir. E acho que, ultimamente, apenas pelo amor que sente por mim, já que ando uma pessoa sorumbática, irritada, impaciente. Diria até inodora, incolor, insossa. E pensar nisto me fez sorrir. =)
Eu que sempre fui uma pessoa leve, de bem com a vida e riso fácil, teria o maior problema em listar apenas duas coisas que me fazem sorrir – mesmo agora, que estou em processo de recuperação de uma quase-depressão. E sobre isto hei de falar em outro momento, quando a vontade aparecer. Então comecei a elencar coisas que, indubitavelmente, me fazem sorrir – mas coloquei pra mim mesma o número máximo de sete pra listar aqui.
Atender o telefone e ouvir meus irmãos, por exemplo, sempre me faz sorrir. Mesmo quando é madrugada, estou dormindo e eles bebendo juntos a muitos quilômetros de mim. Baeco!
Jogar imagem e ação, enciclopédia, qualquer jogo assim com meus filhos, me faz rir. Tá, tudo bem. Às vezes me faz perder a paciência, também (o ônus de ter filhos inteligentes e críticos, por vezes irônicos), mas dou gargalhadas infinitas vezes a mais do que perco a paciência.
(Re)Encontrar amigos me faz sorrir. Sempre! E ultimamente este tem sido um motivo freqüente, hein?
Acordar num sábado de sol e preguiça, sem compromissos, sem hora pra nada, cônscia do valor de poder curtir isto me faz rir!
“A gente vai no cinema, Dindinha?”. A simples pergunta dos meus sobrinhos, que revelam nosso programa habitual quando a gente se encontra, me faz sorrir. E manter a tradição também!
Reuniões de família me fazem rir, sempre. Ainda que por vezes venham acompanhadas de alguma tensão, algum estresse, um ou outro desentendimento... afinal, isto faz parte, não é? Senão, não seríamos uma família!
As conquistas dos meus filhos me fazem rir! Aliás, meus filhos são minha fonte mais constante de motivos pra sorrir (ainda que também sejam fontes de culpas, dúvidas, medos, angústias – o que também faz parte, né não?).
Parar pra contar quantos motivos listei aqui e descobrir que sim, extrapolei, também me fez sorrir. Essa, afinal, sou eu. E rir, pra mim, é como respirar: não sei viver sem.
Paulinha, filhota, obrigada por me fazer parar neste momento em especial e pensar nas coisas que me fazem rir e que tenho deixado despercebidas. =)  Você, sem sombra de dúvida, é um motivo especial pra o meu riso constante.
Também me fazem sorrir a Tati, que não conheço pessoalmente, mas que tem textos ótimos e com quem me identifico muito; a Graci, que além de ter textos muito bons mora no meu coração sem pagar aluguel; a Lari que é vizinha dela nas mesmas condições e que escreve textos que, por vezes, me fazem pensar “como foi que eu não escrevi isto?”; a Maya que escreve só quando dá na telha (e isto tem sido raro!) e cujos textos são fantásticos – ainda que ela tenha escolhido, sabiamente, a área de exatas pra seu caminho profissional; e a Rejane, que nunca nem ouviu falar de mim, mas cujo blog acompanho sempre e gosto muito, pois ela tem um texto delicioso e fala de coisas que amo!
Então é isso, meninas! E quem quiser dizer o que a faz sorrir, sem a obrigação, sinta-se à vontade!

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Um dia como outro qualquer...

...ela olhou pela janela se espreguiçando e sentindo o sol nascente na pele. Abriu o vidro e o vento entrou forte, varrendo a preguiça noturna e lhe embaraçando os cabelos, arrepiando de prazer a pele nua. Ergueu o rosto se entregando ao prazer do momento, ouvindo as ondas, sentindo a maresia invadir seus sentidos.
E agradeceu baixinho a dádiva da vida.