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segunda-feira, julho 26, 2010

De volta pra casa...


Sol. Temperatura amena. Incrível: Curitiba se vestiu de luz pra minha volta.
Foi interessante minha volta à esta cidade fria que amo.
Meu olhar, diferente das vezes em que estive aqui nos últimos anos, não era de saudade - e sim, de reconhecimento . As ruas no caminho do Aeroporto até o Centro, cheias de amores perfeitos multicores, trazem de volta histórias boas, episódios vividos em outras épocas, quase outras vidas - mas tão bons de relembrar!
Sim, estou de volta.
De volta pra casa. Se é que, na verdade, tenho entre tantos lugares que amo um que possa chamar assim.

segunda-feira, julho 19, 2010

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"Mãe, minha pálpila tá doendo!"
"Sua o quê, filha???"
"Como é mesmo o nome disto aqui?" E aponta para a pálpebra, ciente, pelo tom da voz da mãe, que havia errado algo.
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Putz, que mãe cruel. A menininha mal tinha três anos, e já tinha vergonha de errar uma palavra. Não sei se eu queria uma mãe assim pra mim.
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Por outro lado, a menininha cresceu, virou jornalista e escritora - e é muito boa no que faz.
Acho que eu queria uma filha assim pra mim.
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quinta-feira, julho 15, 2010

Receita de sopa

Você frita o alho, dois ou três dentes, em um pouquinho de óleo. Acrescenta a carne (que pode ser músculo, posta vermelha, acém) em cubos, e deixa fritar bem. Coloca água e deixa cozinhar até a carne ficar bem macia, quase desmanchando (na pressão funciona melhor). Deixa a água secar, e quando a carne começar a fritar novamente, coloca cebola. Raladinha, ou picadinha bem pequeno. Deixa refogar, e coloca tomates. Maduros, sem sementes, raladinhos. Ou bem picadinhos. Refoga mais um pouco. Acrescenta cenoura em cubos pequenos, vagem picadinha, batata em cubos, mandioquinha salsa, sempre mexendo e deixando refogar. Tempera com sal e pimenta do reino, coloca água, bastante, e deixa cozinhar. Sem pressão, que é pra os legumes cozerem aos poucos, ao tempo em que o caldo vai engrossando. Então você coloca cheiro verde, acerta o tempero e tá pronta uma sopa quase creme... pra o frio que vi hoje no JN, acho que este vai ser o cardápio do mês todo em Curitiba.
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Mas o mais gostoso é quando a sopa tá pronta, o cheirinho pela casa toda e os filhos vão chegando, um a um. A gente se senta juntos pra aquecer o corpo com a sopa da mãe e a alma com a presença um do outro.
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Esta receita também é conhecida por "Felicidade".

sábado, julho 03, 2010

Escolhas

A vida é feita de escolhas.
O pior disto não são as escolhas que fazemos, sim as possibilidades que deixamos para trás. Haveremos sempre de nos perguntar: “E se?” “E se eu tivesse optado pela esquerda?” “E se eu tivesse corrido menos ou me apressado mais, ou...” “E se?”
Não sei se acredito em destino, tipo “estava traçado”. Acredito que nossas escolhas orientam nossas vidas, e nos levam aos lugares onde chegamos. Não dá pra dizer “Deus quis assim.”. Então Deus escolheu uma mulher qualquer, fez com que ela nascesse numa família humilde, crescesse analfabeta até os catorze anos e depois, do dia pra noite, se tornasse apta e respeitada a ponto de candidatatar-se à presidência da república? Aí Deus escolheu outro cara que nasceu e cresceu em condições semelhantes pra se tornar um monstro e violentar a própria filha, e depois a filha que teve com ela? Que Deus é este? Acredito que Deus nos deu possibilidades e o livre arbítrio pra escolher.
E nesta semana fiz uma das escolhas mais difíceis da minha vida.
Há pouco mais de dois anos voltei para a Bahia por amor, e por amor agora parto.
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Deitada na semi-escuridão do quarto, envolta em seu abraço, soluço baixinho.
“Não estou chateado, Nega. Nem magoado. Entendo você, e acho que fez a coisa certa. Você estava infeliz, sentia muita falta deles. E eles precisam de você. Fez o que é certo. Estou apenas triste, e isto não tem como não acontecer.”
Meu pranto se intensifica.
“Não tem que chorar, Nega. Tem que ser forte, ter bastante paciência pra se readaptar, e lembrar sempre que foi o melhor pra você. Você vai ser muito mais feliz, e vai ter inúmeras oportunidades de crescimento.”
Eu não queria esta reação, porque ela faz mais difícil ainda a decisão que tomei. Conscientemente, claro. Sem culpas ou responsabilidades alheias. Mas seria muito mais fácil se você se irasse, se revoltasse, me chamasse de egoísta, dissesse que não pensei em você, em João, no nosso amor. Mas não. Você entende, e me apóia e incentiva. Mesmo sabendo que nossa história pode mudar.
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Sinto uma tristeza infinita. Apesar da felicidade imensurável.
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