Momentos. Reminiscências. Vivências. Sentimentos. Lugares. Pessoas. Músicas. Poesias. Livros.

quinta-feira, março 26, 2009

Lembranças


Aquele dia não houve aula - a tempestade que havia castigado a cidade tinha deixado a escola sem luz.Voltávamos para casa, eu e meu irmão, como sempre, a pé - afinal, a distância não era muita, e na verdade este percurso era feito com muita farra e brincadeiras, no alto de nossos dez e oito anos de idade. No meio do caminho tinha uma praça, tinha uma praça no meio do caminho, onde amávamos correr livres e soltos, gastando boa parte do tempo de volta pra casa... mas neste dia em particular estava toda molhada e meio alagada em alguns pontos, então não nos demoraríamos com brincadeiras, mas vínhamos rindo e conversando, quando meu irmão saiu correndo:
- Arrahhhhhhh!!! Eu sou o Tarzannnnnn-êêêêiiiiiaaaaaaaaôôôôuuuuuuuuuuuuu!!!!!!!!!
Só percebi que seu grito na verdade não era a imitação do herói quando, num solavanco, ele foi atirado bem longe do 'cipó' onde havia se pendurado pra brincar de Tarzan, e caiu num tombo feio e barulhento, começando a chorar... na verdade o pobrezinho havia pulado com toda vontade num fio de energia rompido pela chuva, mas ainda com corrente elétrica... depois de acudir, apavorada, e ver que estava tudo bem, me acabei em um riso que parecia não ter fim!
Esse episódio faz parte de uma coletânea que amamos recordar nas festas de família, regadas a cerveja, churrasco e música sertaneja...
Vez em quando dá uma saudade tão grande e tão boa de momentos assim...

quinta-feira, março 19, 2009

Do pai dos burros...


PERTENCENTE, adj. Que pertence; concernente. relativo. per.ten.cen.te.
PERTENCER, v. t. Ser propriedade de; formar; ser parte de; dizer respeito; caber; incumbir; ser devido ou merecido; ser próprio de; ser de jurisdição ou obrigação de alguém. per.ten.cer.
'PERTENCENIMENTO': neologismo criado por minha mente fértil. :)
A primeira vez em que esta palavra me veio à mente, sem saber se existia ou não (mas tudo o que tem nome existe!), foi num momento muito triste da minha vida: o velório de meu pai.
Num instante qualquer do tempo em que o corpo de meu cabeça branca era velado e pranteavamos sua partida, olhando toda a família ali, sentindo o carinho e o cuidado de todos os tios, primos, amigos nos envolvendo e protegendo, alguns vindos de tão longe apenas pra se despedir dele, me invadiu como nunca a sensação de "pertencer". De fazer parte de uma família enorme, maluca, unida, solidária. De ser parte da vida de pessoas que fazem a minha vida. De saber de onde vim, quem sou, porque estou aqui. De pertencer à uma grande unidade aconchegante e protetora, formada de várias pequenas outras unidades... me invadiu, apesar da dor imensurável que sentia naquele momento, um grande conforto ao poder ter o aconchego e o carinho de todos ali, sofrendo conosco a perda do 'tio Ney', e querendo amenizar um pouquinho que fosse a nossa dor... acho que nunca, em todo meu tempo de vida, foi tão importante a minha família toda reunida: todos os tios e primos, tanto por parte de mamãe quanto de papai, sofrendo conosco e dando força pra segurar a onda e superar a dor... a palavra que me veio naquele momento, que definia essa coisa tão boa que me invadiu, foi esta: PERTENCENIMENTO. A sensação de saber quem sou; de onde venho; que existem pessoas que, mesmo conhecendo minhas manhas e meus defeitos, me amam e aceitam como sou... a sensação de pertencer a um lugar, a um grupo, a uma célula forte. A sensação de ser amada sem restrição.
...
Para a minha mais fiel e crítica leitora, esta explicação - desnecessária, pois também ela sabe o que representa esta palavra, também ela sente exatamente o que sinto. Espero, porém, que tenha sido satisfatória. É algo mais que SHUMP - e não mensurável.

quarta-feira, março 18, 2009

Tempo, tempo, tempo.


Algumas coisas acontecem, às vezes, sem motivo - ou talvez nós é que não percebamos a razão - e mexem tanto com o sentimento da gente...
Ontem falei com mamãe pelo telefone, tão bom o papo, tão grande a saudade... tão bom este colo sempre tão pronto e cheio de aconchego...
Ontem falei com Lucia pelo Orkut, e deu uma saudade tão grande... tão boa... tão inexata...
Ontem recebi um e-mail de Marcinha, colega de faculdade, a quem nunca mais vi depois da formatura, falando sobre o último encontro da turma (já houveram vários, e não estive em nenhum...). Outra saudade, diferente, indefinível.
E um sentimento tão exato de 'pertencenimento'.

quinta-feira, março 12, 2009

Sobre o amor e sobre amar...


Já diziz Goethe que 'nada nos faz necessários a não ser o amor'.
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Tão bom olhar a lua cheia, imensa, iluminando a varanda de casa e saber que você olha a mesma lua na janela do seu quarto, e essa lua tão cheia nos aproxima... tão bom saber que o lugar ao seu lado na cama está guardado pra quando eu chegar... tão bom ter o ninho dos seus braços pra me aconchegar e fazer me sentir protegida... tão bom nosso abraço e nosso encaixe... tão bom seus dedos enrolando meus cabelos enquanto conversamos baixinho... tão bom sua pele na minha, seu calor misturado ao meu, seu colo, seu cheiro, seu olhar carinhoso e seu jeito protetor... tão bom você na minha vida!
...
Tão bom me sentir necessária...

quinta-feira, março 05, 2009

Pequeno balanço 'sentimental'


1. Minha mãe mora em Goiânia.
2. Meu irmão mais velho mora em Itapeva.
3. Meu irmão mais novo mora em Goiânia.
4. Minha irmã mora em Goiânia.
5. Minha filha mais velha, que passa um tempo comigo, está programando sua partida.
6. Minha filha mais nova mora em Curitiba.
7. Meu filho mora em Curitiba.
8. Meu namorado mora em Salvador.
9. Tenho (verdadeiros) amigos em Foz do Iguaçu.
10. Tenho (verdadeiros) amigos em Curitiba.
11. Tenho (verdadeiros) amigos em Corbélia.
12. Tenho (verdadeiros) amigos em Mar Grande.
13. Tenho (verdadeiros) amigos em Goiânia.
14. Moro em Valença.
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Acho que não bato bem das idéias, afinal.

quarta-feira, março 04, 2009

Agenda da Tribo, ainda


Não gosto de quem tem sempre certeza
de quem não suspende a respiração por um amor
de quem encerra todas as frases com ponto final
de quem não exclama, diz que não ama
de todos aqueles que nunca passaram mal
Não gosto dos que nunca sentiram a chuva em seus rostos
não gosto de quem nunca morreu de rir
nem chorou a noite inteira por alguém
Não gosto dos que não gostam de cachorro
dos que não tem sua música preferida
filme preferido
dos que sempre tanto faz
dos que nunca querem mais
Fernanda Michele Maciel Sarate